monótonia

07 março, 2011

Adeus, meu bebé...

Lembro-me do dia em que nasceste...aquele sábado, dia 7 de Abril de 2007, lembro-me do dia 9 de Maio, em que de manhã, te fui buscar. Lembro-me dos teus primeiros dias cá em casa, de estragares as cadeiras da sala de jantar e a mãe chatear-se contigo. Lembro-me de quando dormias comigo. Lembro-me do teu primeiro banho! Que máximo, arranhaste-me toda! Lembro-me do papá dizer que eras o filho mais novo. Lembro-me da mamã chamar-te Kika e de eu a corrigir sempre... Lembro-me de quando alguém vinha cá a casa, nunca fugires, ficares quietinho à espera que te pegassem ao colo ou te fizessem um miminho, como eu, sempre que chegava a casa. Lembro-me de quando adormeceste na máquina de lavar roupa, de quando saltavas para o balcão da cozinha e quereres brincar com o peixe, de quando chegava à sala e estavas lá, muito quietinho, deitado em cima de almofadas a ver televisão. Lembro-me até daquela dia em que te dei um novelo de lã e de tanto brincares com ele, até ficaste preso. E quando a mamã te comprou uma trela e te fomos passear? Tu não gostaste nada! Lembraste daquele vez, ainda há bem pouco tempo, quando andávamos todos desesperados à tua procura e tu estavas a dormir, no meio dos meus lençóis? Eu sei que sim, sempre que podias, fazias o mesmo! E quando eras pesado? Ficávamos todos chocados com os teus valentes 8kg! Pois, sempre a comer, sempre a comer, não era Kiko? E quando fazias asneiras, a mamã dava-te uma sapatada que mais parecia um mimo e dizia: Francisco, não voltas a fazer! E tu ficavas sempre a olhar, com ar de quem estava a fazer troça... Lembro-me que sempre que ia à marquise, tu ias comer! Lembraste de quando o Diogo chegava, tu ias sempre para o frigorífico, porque ele dava-te sempre mais daquela comida que tu tanto gostavas...e quando te deitavas na mala dele, quando a mamã a deixava a arejar na marquise... Lembro-me de quando estava triste, ia ter contigo, tu subias para as minhas pernas, deitavas-te lá, a ouvir-me falar de tudo me entristecia, e sempre que pressentias as minhas lágrimas, olhavas para mim, com aquele ar meigo, e limpavas, com o pelo do teu rosto, roçando-o no meu... Também me lembro, quando       cheguei a casa, há cerca de 3 semanas e a mãe disse que tinhas sido envenenado, fiquei tão...tão sem jeito. Só chorei, só te abracei, e ao longo desse tempo, foste perdendo a fome, comias só obrigado, alimentavam-te por soro, perdeste as forças...E quando tomaste o medicamento e foste comer? Ai, o que eu fiquei feliz! Senti que estavas a recuperar! E ontem...quando cheguei a casa, já era noite...Não havia sinal do meu irmão mais novo... Fui ter contigo, chamei-te e não olhaste... Mexi em ti e não respondeste... Tinhas os teus olhos fechados, eu desatei a chorar e a chorar, não acreditava... Chamei a mãe, ela chorou, depois veio o pai e o avô, não sei de mais...não aguentei e fui para o meu quarto, chorar, chorar mais porque me deixaste. Porque eras forte e não resististe. Porque todos tínhamos esperanças de que ias melhorar, eu sei que não ias gostar, que me ias limpar as lágrimas, que me ias acalmar, que me ias olhar daquela tua maneira meiga que transmitia um "tem calma"... Mas eu também sei que sabes que gosto muito de ti, que mais que um gato eras um irmãozinho, o meu irmãozinho pequenino que me dava força... E agora, estou temporariamente sem irmãos. Tu, porque me deixaste, e o outro porque decidiu estudar noutro país e está tão longe... Sabes, não sei como me despedir, mas um nunca me vou esquecer de ti parece-me uma aceitável forma de terminar. 
Amo-te bebé, eu sei que vais estar sempre comigo.  
Kiko, 07/04/2007 - 06/03/2011   

2 comentários:

  1. Fogo Daniela, conseguiste por-me a chorar por causa de um Gatinho lindo que vi duas vezes :'

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  2. Desculpa pequenina :s era lindo sim, e faz-me tanta falta...

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