E agora? Seria pegar ou largar. Ou arriscar, o que implicava lutar sofrer e talvez ser feliz ou desistir. Largar tudo, seguir em frente. Decidi jogar pelo seguro. De certa forma, embora a saudade atormente um pouco, eu sou minimamente feliz sem ti. Desisti, e abandonei, mesmo estas palavras não sejam bem conhecidas no meu dicionário. Se calhar com o medo das represálias. Mas talvez um dia me arrependa da minha escolha. Talvez um dia te arrependas da tua escolha. Talvez um dia olhemos para trás e vejamos tudo aquilo que construímos e destruímos continuamente. Tudo aquilo que tivemos e não aproveitamos. Tudo aquilo que passamos e tudo aquilo que poderíamos ter passado. Resumidamente, tudo aquilo que o orgulho não permitiu. Talvez um dia também poderemos vir a pensar que foi o mais correcto.
A vida não acaba aqui. Não é o sofrimento que vai estragar tudo. Vou ser forte, vou continuar a encarar a vida com um sorriso. Não vou esconder os meus sentimentos. Não vou corresponder a opiniões e pensamentos alheios. Vou proporcionar-me a mim mesma momentos felizes, como sempre até então tentei fazer. Não vou olhar para trás. O passado não interessa. Mas também não vou esquecer do quanto me marcaste. Amar-te-ei, cada vez menos de dia para dia até ao momento em que já não vou sentir nada. Prometo não te guardar rancor. Afinal, «os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre...»
E talvez um dia o destino cruze os nossos caminhos, e aí sim, com a experiência do passado, possamos ser felizes.
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